A minha máscara…

Tristeza invade o meu corpo,
Dominando os meus sinais vitais, a pouco e pouco,
Ordeiramente desenho a minha sorte,
Por dentro frágil, por fora forte,

Mais uma mascara que engana a tristeza, como inferno pintado de paraíso,
Por dentro choro, mas cá fora a mascara mostra um belo sorriso,
Entendo a necessidade de deixar cair a mascara e pedir ajuda,
Mas de repente, uma voz cá dentro, me avisa que a vida continua,

Faço riscos no caderno, obtenho um rectângulo de tinta,
Meto a minha palma sobre ela, deixo a minha marca, espero k alguém a sinta,
A luz desapareceu, a manha desapareceu, a vontade desapareceu,
Só um leve ímpeto de explodir o mundo em mim permaneceu,

Mais uma vez, a minha mascara salva-me do abismo,
Digo coisas engraçadas, ponho os outros a rir, num momento algo sinistro,
Pinto de cor de rosa o mundo, e escrevo contos, que eu sei bem,
Mas por baixo desta mascara está alguém que eu sei bem o k o mantém,

São livros rasgados, poemas rasurados, letras em papeis rabiscados,
São sonhos que ñ existem, sonhados em lados errados,
Mas a minha mascara é perfeita, é bonita, é bem feita,
Quando o resto está triste, como agora, é ela que me enfeita.