Fernando Pessoa...
Onde o sossego dorme
Como se fosse alguém
E à noite negra e enorme
Nem luar nem dia vem.
Ali, quieto, absorto
Em nada já saber,
Quero, quando for morto,
Consciente esquecer...
Deixada a vida incerta,
Perdida o gozo e a dor,
Sob essa noite aberta
Sonhar sem o supor...
Até que ao fim de uma era
Que o tempo não contou
O que eu não reavera
Se mude no que eu sou.
Como se fosse alguém
E à noite negra e enorme
Nem luar nem dia vem.
Ali, quieto, absorto
Em nada já saber,
Quero, quando for morto,
Consciente esquecer...
Deixada a vida incerta,
Perdida o gozo e a dor,
Sob essa noite aberta
Sonhar sem o supor...
Até que ao fim de uma era
Que o tempo não contou
O que eu não reavera
Se mude no que eu sou.
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